A vida é a terça parte da natureza, e viver é a mais bela entre todas as charadas!

O MATADOR DA SANFONA Divino que nunca foi santo, homem menino que não teve pranto se tornou figura de matador andava munido de sua sanfona, sempre preparado para qualquer precisão. Viveu na década de sessenta no interior de Goiás. Era sujeito matuto, um rapaz forte e bruto. Barba afiada bigodes bem aparados, olhos acastanhados, pele branca cabelos negros como a noite. No olhar trazia consigo a desconfiança e a busca incessante de algo que ninguém podia entender. Vivia encabulado de um lado para outro montado em seu alazão. Um cavalo de bela crina que sempre se via em cima o rapaz da multidão. Aonde ele chegava as pessoas se abaixava num gesto de cumprimento ao sultão. Ele era “o cabuloso”, o rapaz charmoso das festas de peão. Quando ele apeava do cavalo a mulherada olhava encabulada com a beleza daquele homenzarrão. Um homem de poucas palavras de gestos precisos, chapéu de couro, bota de esporas e chicote na mão. Apeava lentamente em frente à venda do Senhor Manoel, pedi...