O lavador de carros e a canção “...Molhado com pingos de chuva e flores para lhe oferecer...”; cantava o lavador de carros da praça com seu sabão. Alisava a pintura vermelha do carro do patrão. Cantava o lavador de carros, cantava naquela missão em meio as bolhas de sabão. Mulheres andavam em volta da praça com seus cachorros de estimação. “...Segurando a sua mão...”; cantava o lavador de carros! Há desigual situação, ele brincava com os transeuntes e não cultivava a indignação. Cantava o lavador de carros que da praça assistia os filhos do patrão em formação. Cantava o lavador de carros enquanto na rua descia a suja água de sabão, lavava o próprio coração. Conversavam as paqueras no banco da praça, conforto e paixão, cantava o lavador de carros, o embalo da imaginação, curava o coração. Entrou triste e carrancudo; entrou sisudo em seu carro o pobre coitado do patrão. Pagou o lavador de carros que feliz continuava com sua cação: “_... Existem momentos na vida que lembra