O
lavador de carros e a canção
“...Molhado com pingos de
chuva e flores para lhe oferecer...”; cantava o lavador de carros da praça com
seu sabão. Alisava a pintura vermelha do carro do patrão. Cantava o lavador de
carros, cantava naquela missão em meio as bolhas de sabão.
Mulheres andavam em volta da
praça com seus cachorros de estimação. “...Segurando a sua mão...”; cantava o
lavador de carros!
Há desigual situação, ele
brincava com os transeuntes e não cultivava a indignação. Cantava o lavador de
carros que da praça assistia os filhos do patrão em formação. Cantava o lavador
de carros enquanto na rua descia a suja água de sabão, lavava o próprio coração.
Conversavam as paqueras no
banco da praça, conforto e paixão, cantava o lavador de carros, o embalo da
imaginação, curava o coração. Entrou triste e carrancudo; entrou sisudo em seu
carro o pobre coitado do patrão. Pagou o
lavador de carros que feliz continuava com sua cação: “_... Existem momentos na
vida que lembramos até morrer...!”
A vida, feita de momentos, e
menos um dia todos têm para viver!
Ano: 2017.
Um grande abraço a todos.
Luciene Rroques
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