Quem tem chave da porta?


Onoria veio de uma pobreza gritante. Sim ela veio, era filha de mãe solteira. E dinheiro foi seu objetivo de vida até envelhecer; já era mulher pra mais de cinqueta anos e louca para dar o golpe em algum velhote. Viveu com a mãe e o irmão até ficar adulta. Casou-se com o grande amor de sua vida! Ele tinha olhos azuis. Deste sobrou Tiago,  seu único filho. 

Com o tempo passando a miúde virou avó. Finalmente a vovó se casou com outro partido. Nunca esquecera os olhos cor de núvens! Mas o destino da pobreza havia acabado. Agora casou-se com um velho endinheirado como ela mesmo dizia.

O velhote tinha filhos,  e isso era um problema. Todos os dias chegava no trabalho reclamando daquele bando de entiados que precisava afastar do marido. Ou afastava eles de sua casa ou nunca teria aquele dinheiro todo para si. 

Tentou ser gentil,  mas não dava Onória precisava de dinheiro,  pois só o dinheiro do marido lhe garantiria o futuro tão sonhado ao lado dos olhos azuis que ficou no futuro do presente! 

Amor é coisa de doido! Não se compra e nem se vende. O filho do outro tinha passe livre na casa do velho. Mas aos filhos do velho a chave foi negada. Ou todos tem a chave,  ou ninguém tem nada! 

O velho sem entender,  fez o gosto da velha amada. Amor é coisa de doido Onória,  fecha a porta chama a ambulância e pronto,  a vida foi passada. Amar é coisa de doido,  já dizia a alma penada. 

O velho morrerá no chão da sala e os filhos não poderão fazer nada! Tem histórias nesta vida,  que de tão tristes,  são bem contadas. Se repetem é bem verdade,  vão além da vaidade; cega a sanidade. Amor é coisa de doido já dizia a alma penada.

Quem tem a chave da porta? No amor a cegueira é torta e a vida é morta! Mas quem mesmo tem a chave da porta? 

Um grande abraço a todos! 

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