Vidas passadas, Lucy muito prazer



Texto 2

Você só saberá o que é o
inferno se aceitar as multiplas visões falseadas dele. É eu aceitei. Eu já disse que não tive escolhas? Pois bem,  a vida frustrante que eu levava não era em nada o que eu queria viver. Mas o que importa é nunca deixar os sonhos de criança morrer. Estes em mim sobreviveram ao inferno que eu vivia. A vida tentou me derrotar,  as pessoas tentaram me destruir até com macumbas. Santa ingenuidade delas.

Não dava nada certo!  E para mim tudo era ruim e desmotivador. Elas achando que eu queria aquela vida,  fazendo macumba para eu separar e nem precisava,  eu nem queria estar ali. A pessoa que vivia do meu lado era meu pior inimigo, e eu sentia isto todos os dias que ao lado dela vivi. Nunca tive paz ou gosto de conviver com esta pessoa. Ele  me chamava de burra o tempo todo,  falava que eu não sabia nem passar as camisas dele. Fui muito humilhada e maltratada psicologicamente. Foram os piores anos da minha vida. E hoje sou agradecida por isto. Aprendi que para vencer é preciso treino e eu lutei todos os dias que estive ali naquele inferno de vida frustrante.

Agora creio que entenderam porque a minha voltar para casa era sempre ruim e eu tinha uma horrível  sensação de que a vida em nada era justa comigo. Eu trabalhava bastante,  estudava muito,  cuidava da casa,  das crianças e tinha bem menos valor que a pulga do cachorro. Eu era tratada pela pessoa que vivia comigo como sua empregada.  A mãe dele dispensou a empregada e eu fiquei no lugar dela logo depois da lua de fél. Foi de fel,  eu já disse,  não está errada a escrita. Só quem vive o inferno que era minha vida sabe que uma vida assim não tem nada doce,  só coleção de amarguras.  Era um inferno a minha vida. Até serviço muito pesado como o de construção,  eu fazia o tempo todo ajudando essa pessoa a fazer a casa dele. Enquanto eu pegava no pesado ele ficava deitado na rede ou saia pra comprar materiais de construção.

Mas,  como eu disse,  eu precisava mudar aquela situação eu me sentia explorada por ele e arrumava a enorme casa da mãe dele e ouvia tanta coisa triste e desagradável o tempo todo me deixando triste. Eram dias horríveis,  um pesadelo era a minha vida passada. Era tão difícil para mim que eu até em suicídio pensei por duas vezes.
Não me matei por causa de dois anjos da guarda de carne e osso que estavam comigo e me tiraram de ideia. Na primeira eu ia pular num despenhadeiro em um rio; nesta hora ela,  minha anja da guarda moreninha pulou na minha frente,  sentindo o que eu ia fazer ela se agarou a mim dizendo nãooooooooo! Ela foi a única ali,  mesmo todos presentes ela viu a intenção horrível que me passou pela cabeça naquela hora. O outro anjo que me segurou do quase desatre fatal,  bom este nem perto de mim estava; mas como mágica entrou no meu pensamento e me fez ver que eu tinha que amar minha vida,  mesmo esta sendo tão triste.  Minha vida pessoal era recheada de tragédias mentais e emocionais. Eu tinha todo tipo de perseguição na minha cola. Até macumba,  por parte de umas desavisadas,  fiquei sabendo que elas fizeram para eu morrer!

Bom,  se você que matar alguém ignore dá mais resultado; vá por mim,  pois se fizer qualquer outra coisa,  vai dar um tiro em seu próprio pé.
Falando em pé,  mais uma tristeza na minha vida, certa vez precisei operar o pé e depois disto andei uns trinta kilometros a pé e com o pé recém operado porque a pessoa que vivia comigo foi dar carona para uma amiga de faculdade dele e me deu a passagem do ônibus para eu voltar pra casa, ele não fez questão de me acompanhar na minha cirurgia,  ele preferia levar a amiga pra faculdade. E  como os ônibus estavam de greve eu fui a pé para casa logo depois da cirurgia no pé. Quase perdi o meu pé pra gangrena,   sofri demais por meses com dores horríveis pelo simples fato de que a pessoa que deveria me ajudar quando mais precisei,  foi ele quem me virou as costas para mim. Era sim meu inimigo,  nem amizade tive,  a amiga da faculdade que lhe dava o dinheiro do combustível era mais importante; eu não era amiga e nem era dinheiro,  logo eu não tinha o menor valor,  nem como ser humano.

Mas lembra do que eu disse? Lá em cima,  neste texto mesmo: Você só saberá o que é o inferno se aceitar as multiplas visões falseadas dele.
Bom,  eu aceitei,  minha vida olhada por todos os angulos era um inferno! Comecei a me pesquisar,  comecei a entender. Vida composta de trabalho arduo, pesado o tempo inteiro,  praticamente uma escravidão dia e noite sem nenhum tipo de recompensa,  ou aumenos um muito obrigada. 

Por semana eu chegava a lavar de duas a três malas de roupa,  aproximado umas duzentas peças,  cozinhava,  passava,  arrumava,  cuidava das crianças,  trabalhava fora e trabalhava na construção de uma nossa casa? Que nada,  cansei de ouvir: a casa é minha,  o dinheiro é meu eu faço o que eu quiser,  quando você tiver sua casa você faz do seu jeito. E eu não me magoava,  eu guardava o meu jeito de fazer a minha casa,  hoje as pessoas acham minha casa o máximo,  pois tudo aqui é personalizado e exclusivo! 

Creio que agora ficou mais claro ainda o porque que voltar para casa depois do meu trabalho era horrível,  um verdadeiro pavor. Por vezes eu ia trabalhar e pensava podia ser atropelada na rua e morrer logo! Não tem sentido minha vida. Logo eu lembrava das crianças e pensava: não,  eu não posso morrer,  quem vai fazer o mama leite e lavar as roupas daqueles miudinhos. Eles com o tempo foram se tornando meu único motivo para voltar pra casa. A vida foi se tornando pesada mas com motivo para continuar até a data que estipulei, eram meus filhos crescer e eu venceria minha maior batalha,  deixar no triste passado minha horrível vida passada.

Certa vez sentada no sofá olhei para o chão estava cheio de brinquedos,  restos de comida espalhados pela casa,  copo de água derramado,  sofá riscado de caneta,  e eles andando de motoquinha dentro da casa. Eu estava tão cansada,  tinha trabalhado tanto aquele dia,  já eram quase sete horas da noite,  eu tive seis aulas e estava cansada,  muito casada! Tinha ministrado aulas para seis turmas,  cada uma com cinquenta alunos e uma delas tinha cinquenta e dois alunos! Isso mesmo. Depois das crianças na escola onde eu lecionava,  eu tinha os meus filhos pra cuidar. Nesse dia cheguei,  sentei no sofá e fiquei por ali olhando aquela cena difícil de aceitar e entender. Sou organizada,  sempre odiei bagunça,  mas os miúdos ainda eram miúdinhos e precisavam de mim. Tive eles mesmo tomando anticotraceptivo,  logo estava na cara,  eles vieram para mim,  precisavam de mim.

A pessoa que vivia comigo chegou logo em seguida, e eu ali olhando a bagunça; o vi chegar e  fui lá falar com ele,  ele passou por mim sem um mínimo se quer de educação e já foi logo grosseiramente dizendo a seguinte frase: _não quero conversa!

Bom,  nem eu queria,  conversava com ele porque era obrigada, mas eu já estava cansada e preferia o silêncio,   afinal se nos falassemos três vezes por dia eu corria o risco de me deparar com a falta de educação dele por três vezes.  Logo conhecer as facetas do inferno é preciso pra você entender o que você vive. 
Mais uma vez reforço,  minha vida pessoal era uma tragédia! Eu que sempre admirei homens tímidos e educados,  lá estava eu: a professora,  um ser que vivia em mundo repleto de grosserias e falta de educação na própria casa. Isto para mim era um fim do mundo; amo a paz e o bem estar emocional e estes só estão presente onde prevalece a hamonia da educação entre os indivíduos de um mesmo convívio. Logo vinha em minha mente que a vida havia sido muito injusta comigo e eu precisava mudar isto,   eu já vivia revoltada comigo mesma.

O tempo me levou a compreender as facetas do que seria o inferno mental pessoal pelo qual transitei um dia. Com isso a primeira coisa que passei a odiar foi injustiça; afinal eu sofria injustiças toda hora. Outra coisa que passei a odiar foi dinheiro,  pois comecei a ver que uma cédula de um real tinha muito mais valor do que eu. Sim,  tinha. Eu vivia com alguém que colocava dinheiro acima de mim e de tudo. Hoje odeio dinheiro e só faço questão de ter o necessário,  preciso de bem pouco; também odeio pessoas que valorizam o que você tem e não quem você é. Viver no inferno nos ensina a odiar muita coisa. O meu dinheiro era todo gasto e não era por mim,  eu trabalhava o tempo todo dando o meu suor e meu dinheiro para os outros.
Me lembro que o primeiro celular que comprei,  por ser um objeto de uso pessoal,  foi uma enorme briga. Trabalhei,  comprei com o meu dinheiro,  mas a pessoa que vivia comigo achou ruim pois a pessoa contava com meu dinheiro para pagar cheques de coisas que ele comprava para ele,  ou para alguma amiga,  ou ainda as compras do mês da casa!
Certa feita,  até uma amiga dele da faculdade,  fez compras com aquele maldito cheque numa perfumaria. Cheque que eu nem gastava mais cobria sempre ajudando aqui e ali com meu salário de professora. Fiz muito milagre,  o pouco na minha mão vira muito sempre! Toque de Midas para a inveja dos economistas.

Eu nunca precisei daquele talão, mesmo ajudando a cobrir os cheques! É que na verdade eu  nem do dono do cheque eu precisei. Esta era minha sorte,  aprendi a trabalhar e estudar, e de quebra aprendi a usar o meu dinheiro suado. E depois que comprei com meu dinheiro sem pedir permissão para ele,  depois disso eu passei a comprar as minhas coisas e as coisas das crianças. 

Eu estava conhecendo as nuances do inferno e em cada etapa eu olhava pro céu e dizia: porque minha vida é tão ruim? Tão injusta? E a resposta era sempre a mesma: porque você precisa esperar seus filhos crescer.
Caminhei sobre as brasas do inferno chamado frustração na vida pessoal.
Mas,  era eu ali contra uma só pessoa, lutando contra eu mesma. Ou eu entendia a vida que eu levava,  ou eu morreria por minhas próprias mãos,  ou ainda por uma depressão,  ou eu jamais saberia o que era viver. Eu sobrevivia aos meus longos e dolorosos dias sofridos,  em uma vida que eu não tinha escolhido para mim,  tudo estava errado naquela droga de vida,  e eu precisava mudar isto.  Eu odiava a vida que eu tinha,  foi neste momento que fiz minha maior aliança,  me juntei ao Tempo,  um senhor dono de tudo,  dono até mesmo da vida. Ao tempo meu eterno agradecimento! Tempo cura queijo.
Qual é o tempo para se solucionar as frustrações da vida pessoal?

Um grande abraço a todos.
Fiquem em casa se puder.
Tudo isto vai passar!
E até o próximo texto 3.

Comentários

Un testo che colpisce per la sua dolorosa sincerità. Spero sia uno spunto per un tuo racconto, Luciene...un grande abbraccio!
Un caro saluto Luciene, spero che il post pubblicato sia uno spunto per un racconto, perchè è molto doloroso...un abbraccio.

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