Covid19 e a Evolução da espécie humana


O mundo em dias desacelerou,  desacelerou; a sociedade mundial começa a refletir. Eu que estudo,  pesquiso e escrevo comportamento humano,  por quase trinta anos, agora tenho a resposta para a pergunta que mais me fiz na vida. Como bióloga e biotecnóloga eu hoje faço parte do maior processo de adptação social humana e seleção de indivíduos da minha espécie: Homo sapiens sapiens; não pensei que eu veria na prática este momento de seleção natural que conheci nos livros. Este é um momento histórico único. De muita dor a todos os povos,  reflexão humana e aprendizado. Ou agora se aprende a viver o que é ser um ser humano social; ou realmente somos predadores que nascemos errados; tese que defendo desde a infância.

Estou triste com a resposta da minha maior indagação; hoje a tenho. Vejo as pessoas começando a entender o que é a igualdade entre seres da mesma espécie,  igualdade humana. Vi em dias,  em meses a solidariedade ( que é a base de qualquer sociedade,  uns ajudando os outros e todos se ajudando); e a atenção ao ser humano que eu não vi em quase trinta anos de pesquisa do comportamento humano. De uma forma dura hoje estão todos vivendo uma única cena: que os seres humanos são iguais independente da língua que falam ou de como vivem suas vidas no dia a dia. Somos apenas animais racionais humanos,  nunca melhores ou piores que outros de nossa espécie. Não devemos ter pré conceitos de nada,  nunca; para a vida e para a morte todo ser vivo sobre a terra é igual. Tudo que tem vida é certo que se morra um dia.

Os dinossauros entraram em extinção. E nós os seres humanos podemos extinguir a própria espécie? Claro que sim,  não somos imortais. Tudo que temos é necessitar uns dos outros. Estamos todos no mesmo globo terrestre; e nínguém tem como sair dele,  estamos juntos com os mesmos problemas,  com as mesmas soluções.  Não somos autosuficientes para nada,  somos mamíferos e nascemos dependendo de outro para sobreviver; e assim será até a nossa morte. É um erro fatal acreditar no egoísmo e montar uma sociedade de egoístas, isso pode matar a humanidade inteira tanto na forma física quanto figurada. A pandemia prova isto para qualquer leigo no assunto. Podemos morrer em massa e rápido,  basta se perder o controle de nossa capacidade racional de auxiliar e de ser humanos uns com os outros não sendo egoístas. Nossa espécie só ''proliferou'' das cavernas até aqui por termos ''aprendido a viver juntos''. Mas,  a sociedade formada por egoístas crônicos não é algo promissor,  o mundo tem que repensar a espécie. As pessoas precisam se repensar como indivíduos de um todo.  Coisas piores podem surgir!

O ser humano que já andava ''isolado'' pela tecnologia, e egoísticamente vivendo o seu dia a dia,   agora precisa mais ainda se isolar fisicamente; e necessita aprender a usar a tecnologia para se reagrupar distante do contato físico; é uma questão de sanidade mental. Em um isolamento social mundial,  é uma questão de vida ou morte saber se adaptar as novas condições de vida. Não se pode ser mais o egoísta crônico; nem o ser supremo superior a outrem. A vida no planeta todo entrou em câmera lenta e igualitária. O ponteiro bate e vidas se vão. Não se trata de uma guerra contra alguma nação. É uma guerra contra o ser humano. E só a inteligência poderá fazer a razão funcional aparecer em cada indivíduo.

Sim,  as balas dessa guerra é para todos sem distinção; não há soldados. Há seres humanos. Existe algo que foge do  controle e é preciso por de volta no lugar ou grande parte dos seres humanos vão sucumbir. É preciso freiar a morte em massa nas sociedades mundo afora  para que humanos não morram muito rapidamente. E não se trata só de idoso ou pessoas mais frágeis de saúde! Imagine se a classe de seres humanos da área da saúde se sucumbe em peso ou grande parte,  quem vai acudir o jovem? E se todos ou grande parte estão agonizando no mesmo momento quem vai ser salvo e por quem? Onde está a fórmula mágica de salvar todo mundo ao mesmo tempo? Não existe essa formula. Ou adoece aos poucos ou morre em massa por não ter como acudir todos ao mesmo tempo. E pode ser pior,  e se o vírus sofrer mutações?

Dentro de tanto se isso ou aquilo,  algo é certo: o ser humano precisa uns dos outros para o sucesso da espécie como um todo. Ou se faz o isolamento social no mundo ou não vai ser possível acudir tanta gente morrendo junto. A lógica é simples; menos pessoas doentes,  mais socorro disponível para aquela população. E não adianta querer seguir com uma sociedade feita de egoístas crônicos,  que esvaziam farmácias em busca de um remédio sem saber se ele vai mesmo funcionar e deixa sem o mesmo remédio para morrer quem faz uso deste. Não dá certo,  mais cedo ou mais tarde algo como uma pândemia vai provar o que estou a dizer. O princípio de ser um ser humano racional e social é o auxilio mútuo e isto envolve pensar como um todo. O próprio nome sociedade já diz como deve ser a realação entre os indivíduos.

Não que seja errado uma vida acelerada, capitalista,  com esse ou aquele regime político social; não se trata disto. O errado na evolução da espécie é o ser humano acreditar em sua própria superioridade diante de outros seus iguais e crer ser ele um único indivíduo o ser que deve sobrar no planeta. Já imaginou só você no mundo? Sozinho isolado na sua casa literalmente! Você já sabe o que seria. Não existem fórmulas certas para se viver a própria vida. Não existe a sociedade melhor ou pior. Somos iguais e é fundamental ensinar isso todos os dias e dar bons exemplos disto uns para com os outros.  Eu por quase trinta anos fazendo pesquisa comportamental,  analisando pessoas,  grupos e sociedades me perguntava,  será que um dia todos poderão ver o que vejo?  E eu sempre me perguntei,  por qual motivo as pessoas acreditam em fórmulas para tudo,  querem sempre ser melhores e existe entre seres humanos uma competição sem o menor fundamento. Somos criados para competir de forma a moldar uma série de carateres que não condiz com a possibilidade de sucesso da vida em sociedade. Está na contra mão da evolução social humanitaria.

Somos iguais em nossas diferenças de cor de raça de nacionalidade, sexo,  religião ideias,  etc... somos iguais: nascemos e morremos. Ninguém é dono da vida plena nem das verdades inrrefutáveis,  logo os pré conceitos são incabíveis numa sociedade formada por seres racionais que só não estão extintos porque na pré história entenderam que não poderiam ser egoístas crônicos pois morreriam sozinhos sem o auxilio alheio. Somos animais que usam a razão mas nunca são capazes de agir humanamente racional sem competir e isso traz um enorme prejuizo para a nossa sociedade humana.

Fazemos parte de algo maior chamado natureza e não somos o dono dela,  é o contrário,  nós pertencemos a natureza; por isso somos programados para morrer com a idade. Cecoias gigantes vivem mil anos,  nós não; pois, somos de outra espécie. Temos que perceber que a natureza não vai falhar conosco; ela vai nos levar daqui de um modo ou de outro pertencemos a ela. Nunca seremos melhores que uma samambaia,  sabe por que? Porque assim como elas nós nascemos e morremos. Como então somos melhores que outra pessoa? Como podemos ser piores que outras pessoas? Somos iguais em nossas diferenças. Devemos ser vistos por nós mesmos como pessoas iguais com diferenças  irrelevante diariamente; assim praticaremos a tolerância com aquele que faz parte da minha mesma espécie; humana.

Esta prática diária; uma condição de diferenças irrelevantes que os seres humanos viram na prática no ano de 2020, do nada lá estão todos na mesma condição. Ou aceitam ou aceitam. Estão notando dia após dia que  ninguém é o dono do certo ou errado,  e que as diferenças entre um ser humano e outro não faz a menor diferença. Ninguém domina a verdade,  todos são iguais perante a vida e a morte; e este conceito é bom que se entenda com ou sem pândemia. Pois a falta do conceito próprio de que eu não sou melhor do que ninguém e nem pior,  a falta deste conceito mata em massa.

Nenhum povo, país, nação,  ou costumes ou sociedade ou grupos é melhor que o outro nem pior. Não há sociedade culpada por uma pândemia,  sem sorte foi aqueles que conheceu o vírus pela primeira vez; e sorte tem aqueles que usam as experiências destes para se salvarem; Não há esse ou aquele povo culpado; ou pessoas culpadas,  há sim um mundo que caminhava para o egoísta crônico isolado em sua tecnologia moderna onde apontar o outro é retrato de quem esqueceu de olhar pra si mesmo.  O mundo agora sofre com a necessidade de pessoas menos egocêntricas,  mais tolerantes,  menos egoístas. Pessoas que não aponte o outro se não for para ajudar.
O ser humano trm que voltar a usar o nós e não somente o eu.

 Nós somos iguais e agora está provado. Não há ricos nem pobres,  não há cores diferentes,  não há hábitos diferentes,  não há nada além de seres da espécie humana que se não se ajudarem vão sucumbir,  morrer em massa por falta de socorro adequado. Na prática os seres humanos aprendem neste momento que são tão iguais que numa pândemia não podem agir diferente de como deve agir um ser humano com o outro. Não se trata de ajudar o próximo porque é bonito ou Deus mandou,  se trata da realidade: ou você faz sua parte, ou a sociedade será desfeita e todos morrem do mesmo mal inclusive você. Ou colaboram todos com todos ou serão extintos muitos desta vez; que não seja nesta mas em outras pandemias piores; quem garante que não haverá? Os dinossauros se foram,  o que faz o ser humano achar que nossa espécie também não pode desaparecer um dia? Claro que pode. São todos meros mortais; somos iguais isto é incontestável. Só não desaparecemos porque nos ajudamos lá nas cavernas. E a sociedade moderna ou resgata isto,  ou um dia poderemos não habitar mais este planeta. Ou ainda habitarmos em lugar péssimo para o convivo humano. A sociedade regride quando perde a noção do que é ser uma sociedade todos por todos.

Por muitos anos vi costumes e pessoas num padrão próprio pertencentes a grupos menores que formam o todo social e estes querendo impor suas vidas e suas verdades como únicas,  isto não existe; o homem cria as diferenças e com estas se enforca. Muitas pessoas carregando consigo o conceito de dono do ''mundo'' que fosse por costumes,  ideias, religião etc... não importava; todos seguiam ali um pequeno hábito que para cada um deles é a própria vida certa para se viver e todos os outros que não é como si mesmo seriam errados fora da sociedade. Isso até o ano de 2019. Eu pesquisava e via claro e nítido este padrão comportamental humano. Agora todos estão de volta aos hábitos que para todos é o mesmo: caverna! Grupo social primário. Sai da caverna para algo realmente necessário, ou seja; comida sobrevivência básica,  pensar no todo e não só em si mesmo.

Eu já sonhei que as pessoas pudessem viver as mesmas experiências para poderem entender melhor umas as outras. E ver que uma sociedade saudável não pode tomar o rumo egoísta que a sociedade humana tomou. Vi de tudo em quase trinta anos analisando comportamento humano. Não vi apenas uma vez as pessoas pensarem na supremacia própria,  como se houvesse a raça humana perfeita e aquele indivíduo pertencesse a ela! Estudando comportamentos de grupos de sociedades e individuais por quase trinta anos eu por vezes me perguntava: sera que algo é capaz de ensinar para o mundo que cada ser vivo é parte de um todo e que nenhum ser humano é superior ou inferior a outrem? Eu me perguntei isto por anos debruçada em meus livros por noites e noites,  dias e dias,  lendo observando. Escrevendo. Como é difícil ver que uma pândemia é a resposta que busquei para o despertar do ser humano sobre o que é viver na sociedade de um planeta e pertencer a uma cadeia natural.

Numa manhã ao ler o jornal vi pessoas do globo terrestre que iam se despertar para algo que alguns biólogos,  e estudioso da vida entende bem; ou seja: temos a vida de presente e pela formação social a qual pertencemos; segregados dentro de um todo,  por vezes não se usa a vida com sabedoria e cria
-se a sociedade dividida centrada no EU tudo o outro nada. Sociedade falida humanamente no quesito ser humano para ser um e ser sociável e assim agir em prol de um bem maior chamado sociedade humana.

Um dia,  vi que o mundo descobre a duras custas que todas as pessoas são iguais e que não existe: conceitos pré existentes para nenhum ser humano. Todos precisam por questão de sobrevivencia coletiva, uns dos outros,  uma pandemia prova isto. Até seus hábitos,  rotinas  precisam ser os mesmos. Isto assustou muita gente. A mim não. Mas tive dó da minha espécie e chorei sem ninguém ver. Vendo pessoas morrer e pensando eu sou só mais um como sempre fui e sempre serei nessa imensidão chamada natureza.

Alguns mais vividos; ou mais incrédulos da realidade da espécie humana não queriam acreditar no que estava acontecendo no mundo;  mas eu vi e muitos outros viram na mesma direção,  estava lá na minha frente; Covid 19,  nome técnico dado para aquilo que: o homem tem que se unir,  separando-se fisicamente,  para enfim,  dominar e sobreviver a ele. O homem tem que reaprender o conceito de sociedade. Agora todos viveriam iguais ou merreriam iguais. Não exite outra opção;  e estas pessoas que não entenderam como se unir de verdade para vencer o inimigo, não estão praticando sociedade que pode salvar a si mesma.

Muitos duvidavam que eramos iguais e que: se recusar a acreditar que as portas do mundo precisavam ''fechar'' na mesma hora era fundamental para salvar vidas. E finalmente todos precisam abrir a janela da humanidade dentro de cada ser humano ; que hoje mais que nunca não deve olhar o outro com seus conceitos pré existentes; conceitos prontos,  preconceitos e egoísmo vão na contramão da evolução da espécie quando assunto é sobrevivencia em massa.

Obs: Minha solidariedade ao povo chinês que teve a infelicidade de conhecer primeiro este vírus e meus agradecimentos por estes e demais povos afetados mostrar ao mundo como proceder ao inimigo desconhecido. Feliz é o povo que ganha de presente a experiência alheia.
Minha solidariedade a todos os povos que estão passando por este momento histórico para nossa espécie.
Paz e saúde e esperança a sociedade mundial.

Luciene Rroques; março 2020. Professora na área Biológica/saúde/natureza  e Humanas.

Um grande abraço a todos!

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