O brilho de um olhar

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O brilho de um olhar

E teus olhos, tão brilhantes quanto tristes. O vento trouxe a mesma mão que lhe apoiava os pensamentos e abaixando os olhos, tocou a luz do rosto de sua amada que: em um lugar muito distante lhe assitia, com angustias no peito, o sofrimento. Sentado à mesa, exausto! Mão direita em apoio a testa, sem memórias mais uma vez, lá estava Mendrey. E o vento lhe trouxe aos olhos de sua amada.

A beleza que sempre inspira: tanto a raiva quanto a inveja dos homens e dos deuses; algo  dizia aos olhos da alma que lhe via, a sua amada, que não estava apenas cansado por fora. Sua alma agonizava o último dos sentimentos mais puros desse mundo.

O sofrimento de anos, aumentava de solidão os mais belos olhos na multidão.  Era ele. Tão sereno quanto antes, mas a alma, cansada da lida incessante das batalhas dolorosas que o guerreiro venceu. Sofria o silêncio da exaustão do árduo sofrimento. Foram dias de angústia que apenas aqueles melancólicos olhos poderiam expressar tão lindamente. Era algo além da capacidade dos mortais, apenas um Deus sobreviveria as desventuras pelas quais passou o amor de Anastácia . Sofreu calado, cego amordaçado.

Amargurado com as decisões de Medeia que lhe mantinha refém.  Em anos esteve preso aos ritos penosos que esta lhe impôs! E como castigo de Zeus, ao ver Mendrey como quem vira um dia o grande espelho, espelho meu! Zeus irou-se com a beleza de Mendrey e o colocou acorrentado a Medeia. Jogou-lhe um feitiço para que toda vez que eles tivessem diante do espelho, Medeia lhe parecesse uma Deusa bondosa, e ele sé via o mais feios dos mortais, assim viveu por anos.

Em um calabouço onde seus belos olhos não podiam ver a Luz, Zeus com a ajuda Odin o trancafiou com as vedas de Thor. Ficou ali por décadas! Em tua volta, correntes se arrastavam em um peso sem fim a cada passo a frente. Por mais que tentasse sair não conseguiria pois Medeia tinhas nas mãos a grande arma.

Infindáveis sofrimentos, tormentas  ao lado de Medeia tornou-se a vida de um Deus transformado em mero mortal. Vez ou outra vinha lhe os lampejos do amor de Anastácia, restabelecia as forças, continuava a arrastar as correntes. Mas o consciente lhe fugia sempre que avistava Medeia, a sua eterna carcereira eleita pelos deuses. Em sua imaginação era ali, a imagem sagrada da doce mãe! As aparências de Medeia, em vaga dormência, remetia a pele e cabelos da mãe.

Encontrava o conforto dos mortos assim que a escuridão se apagava ainda mais em um breu sem fim. E ao passo que o dia amanhecia, lá estava ele em mais um instante escuro, com os olhos carentes da luz, debaixo das formas e obscuridades tecida cuidadosamente pelo coração perverso e traiçoeiro de Medeia!

E por mais que tentasse deixar o calabouço, ela se punha ao seu lado e  mostrava-lhe o falso espelho, onde ele parecia o ogro e ela a Deusa bondosa da grande terra. Engano do homem que fere a fera, pois, apenas a alma reflete a bondade verdadeira dos seres. E ele, bondosamente voltava ao trabalho arrastando as correntes e construindo o castelo de Medeia! E assim, Mendrey sem saber que era um Deus transformado em escravo por um feitiço de Zeus, ficou preso por décadas no calabouço escuro de Medeia, enquanto ela  se descansava no teu cego olhar.

Mas, naquele dia, com apenas uma forte lembrança de sua amada; encontrou forças, rompeu as correntes e deixou a escuridão do calabouço. Ele, com a luz do sol a refletir o seu belíssimo rosto, numa tristeza profunda nos olhos, sem memorias do sofrimento, mas pensativo como nunca, em profunda e desconsolada saudade de amada de tantas vidas;  mais uma vez, com a mão direita sob a testa, apoiava os pensamentos, e ali, com a postura de um desolado Deus, esperava a luz de seus olhos: Anastácia. Amava lhe a cada dia mais, pois assim o é, quando se amam os imortais!


Um grande abraço a todos!

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