Músicas de final de ano

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Músicas de final de ano

A vida depois das festas, dos consumos exagerados das pessoas, sem horas para acabar; em mim qualquer tempo é começar  sem jamais exagerar, tenho consumido muito nessa vida, mas não consumo coisas, consumo meu próprio tempo. No silêncio do qual sou amante, o mundo paira nos meus instantes onde adoro ler a vida. Eu; eu pessoa estranha que sou, cá estou sem ressaca nem pesar. Tenho bebido água para sempre com lucidez estar; e esta tão rara bebida é boa pra saciar! Eu ouço samba, bossa nova e qualquer música que tocar. Gilberto tem aparecido e eu sei lhe escutar. Caetano sou um tanto suspeita pra falar. Cássia, grande menina, pena aqui não está. Raul, saudade é o que há.

A vida! Começa depois da uma longa descida, haverá  um dia em que o som dos pássaros se assemelha ao som dos homens, e neste dia a gente entende que o melhor bem a ser consumido é o tempo. Tudo lento, e também a Beth, me veio, cantar. Na rua as pessoas lentas estão a passar. Beberam demasiado sem saber o que estavam a comemorar, era papai noel não se pode duvidar. Eu estranhamente nem me coloquei a lhes criticar, quem sou eu para faze-lo; ninguém. Mas não pude deixar de observar: as maravilhas de ensinamentos que trazem as datas festivas. 

Não, não, eu não vou dizer que papai noel não existe, seria terrível que as crianças pensassem isso da figura do Noel; mas, é uma pena que elas já saibam que o bom velhinho não é tão bom assim e discrimina as crianças e não lhes dão presentes iguais. Vi na rua uma menina que chorava pela boneca maior e mais bonita que a amiga ganhou de natal. Indignada a criança duvidava que papai noel era mesmo alfabetizado. 

_ Será que esse velho não entendeu o que eu escrevi e me deu essa droga! Ele não sabe ler!

As crianças estão a cada dia mais educadas! Talvez a fantasia seja preciso mesmo, pois a realidade é um tapa social na cara de muita criança; ou a realidade é que seja necessária mesmo, pois a fantasia ilude e ao mesmo tempo desilude as crianças. O pai da criatura, coitado, deve saber ler tanto quanto o bom velhinho, com certeza; pois, trouxe à ela uma boneca, que: não tinha nada a ver com a caríssima boneca descrita na cartinha endereçada à papai Noel. 

O patrão que pagou a ele, o pai, pagou só o salário e o décimo terceiro com o qual o pobre coitado do pai de família pagou as contas atrasadas, já esta guardando dinheiro para a bandeira vermelha da conta de energia de janeiro; guardou  ainda uma boa parte para pagar os impostos de 2015 que infelizmente o papai noel nunca paga para ninguém, fez a ceia com todos os genéricos possíveis, frango grande vira peru, e cidra sempre será Champanhe ou champagne;  e ainda com tal miséria comprou uma boneca "menorzinha" para tentar alimentar a ilusão da filha de que é ela íntima de papai Noel que leu sua cartinha. Bem, agradou a filha que agora duvida que papai noel saiba ler! Rotulou o bom velhinho de analfabeto. 
Final de ano é um aprendizado, é música aos ouvidos, para quem pode lhe compreender. 

No mesmo dia um bêbado sobrou na rua do outro lado de lá; e eu, do lado de cá! Upa neguinho na estrada, upa neguinho pra lá e pra cá, upa neguinho na estrada começando a andar; e eu, aqui a escutar, o bêbado que passa na rua, nada está a lhe faltar, já está rico, bonito e feliz; agora só lhe falta chorar, para o efeito da bebida passar. Vai adormecer na próxima calçada basta as pernas se cansar. 

A sociedade é uma graça, é a desgraça que nem tem preço no mundo desde o começo! É triste de se ver os homens em seu avesso. Menina que rejeita boneca por causa do preço. Papai noel analfabeto e um sóbrio ilustre senhor bêbado que desce as ruas do meu país. Acho a vida engraçada, mas que graça na vida há!? Talvez porque ouço Bossa nova e entendo porque Iracema voo, consigo rir ao lado de quem ficou. A desgraça não me chocará e nem nunca me chocou, meu pé neste chão sempre pisou, Dorival, Inezita, Rolando e quem mais já passou; ficou! As cações que nunca terminou.

Um grande abraço a todos!

Comentários

Querida amiga Luciene

Desejo para ti
braços bem abertos
para receber com carinho
o ano que se aproxima.
Ele traz um presente:
- Uma vontade de que olhes
para alguém ou para alguma coisa,
com olhos de primeira vez.
Recebendo este presente,
as sementes de alegria que te habitam,
estarão recebendo seu melhor alimento,
e assim se transformarão em realidade,
perfumando sua vida e sua alma
com sua maravilhosa, única e infinita
essência de felicidade.

Um ano novo de olhares novos para ti.

Aluísio Cavalcante Jr.

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